Dúvida
Perguntei para ela, com alegria.
Ficarias comigo? E ela sem jeito
Disse assim: Eu não tenho preconceito
De contigo ficar. Quem sabe um dia!
Foi, a dúvida, a única garantia
Entre ela e eu, no meu conceito
Eu, mais velho e ela com respeito
Não me disse que não, nem que queria.
Mas, o tempo, aos detalhes se atem
E quem sabe, bem antes ela vem
Permitir-me um dia, assim, quem sabe?
Crendo que será bom, mas tudo passa,
Vou torcer que a vontade dela nasça
Muito antes que a minha se acabe!
Certeza
E o tempo passou… Mas, a vontade
Veio nela nascer, quando não mais
Eu lembrava as palavras na verdade,
Mas, sequer desisti ou dei sinais…
E a dúvida, que ela sem maldade
Ofertara-me um dia, foi incapaz
De conter os desejos, sem vaidade
Mesmo com tais idades desiguais.
E ela a mim, perguntou com alegria:
Ficarias comigo? E eu com jeito,
Respondi: E porque não ficaria?
E assim, tudo foi como devia…
Diferenças? Não, não, que preconceito
Não existe onde existe poesia!!!!
Poeta Lima Júnior
LEMBRANÇA
EU ME ESFORÇO TENTANDO ACREDITAR
QUE COM O TEMPO A LEMBRANÇA SE ARREFECE
MAS, QUEM TENTA IR EMBORA, SÓ SE ESQUECE
QUE A SAUDADE SE LEMBRA DE VOLTAR.
NA DISTÂNCIA DA TROCA DE UM OLHAR
TUDO AQUILO QUE PASSA, PERMANECE
E A VONTADE DO ABRAÇO NOS AQUECE
DERRETENDO A VONTADE DE EVITAR.
JÁ MINH’ALMA PARECE QUE PASSEIA
E SE AUSENTA DE MIM POR UM MOMENTO
NA IMINÊNCIA DO BEIJO, EM TEU ABRIGO
DE TAL FORMA QUE SINTO EM MINHA VEIA
CORRER TODO O CALOR DO SENTIMENTO
QUE ATÉ TENTO NEGAR, MAS, NÃO CONSIGO!
Pedro Torres
ELA
MINHA VIDA SEM ELA NÃO TEM VIDA
MINHA NOITE SEM ELA É SEM LUAR
MINHA ALMA SEM ELA NÃO TEM PAR
MINHA DOR, SEM A DELA, É SUICIDA.
MINHA AUSÊNCIA SEM ELA É GARANTIDA
MINHA MÁGOA SEM ELA É DE AMARGAR
MINHA PRAIA SEM ELA NÃO TEM MAR
MINHA ESTRADA SEM ELA É DIVIDIDA
MINHA BUSCA SEM ELA NÃO TEM ALMA
MINHA PAZ SEM A DELA NÃO TEM CALMA
MINHA CALMA SEM ELA É AGONIA…
TUDO E NADA NA ALMA DE UM POETA
NÃO É NADA SE TUDO LHE COMPLETA
E NADA SOU, SEM ELA, A POESIA.
Pedro Torres
SAUDADE SERTANEJA
A SAUDADE QUE MAIS MALTRATA A GENTE
QUANDO A GENTE SE ENCONTRA EM TERRA ALHEIA
É OUVIR UM TROVÃO PARA O NASCENTE
NUMA TARDE DE MARÇO ÀS QUATRO E MEIA.
A ZOADA DO RIO, A ORLA DA CORRENTE
FAZER LINDOS CASTELOS DE AREIA
UMA TORRE PARTINDO O SOL POENTE
UMA SERRA PRA CÁ DA LUA CHEIA.
UM VAQUEIRO ABOIANDO SEM MALDADE
COM SAUDADE DO GADO E COM SAUDADE
O GADO URRANDO AO ECO DO VAQUEIRO
O CANTAR ESTRIDENTE DA SIRIEMA
E O CACHIMBO DA VELHA BORBUREMA
NAS MANHÃS INVERNOSAS DE JANEIRO.
BIO CRISANTO.
EU
DISSOLVENDO-ME TODO, EM TINTA, EU TRAÇO
SOBRE O BRANCO PAPEL (MEU SOLO INCULTO)
O PERFIL DE UM POETA OU DE UM PALHAÇO
QUANDO NAS SILHUETAS VEJO O VULTO.
LINHAS RETAS OU TORTAS PASSO A PASSO
NA MOLDAGEM DO EGO, UM SER OCULTO,
RITMANDO AS MUDANÇAS DO COMPASSO
COM O SORRISO INFANTIL DE UM ADULTO.
E QUEM LÊ UM POUQUINHO DE MIM, SABE
QUE POR MAIS QUE EU ESCREVA NÃO ME CABE
NESTE LIVRO ONDE EU DEIXO RABISCADAS.
NEGRAS LETRAS EM FOLHAS BEM ALVINHAS,
QUE ME ESCONDEM BEM MAIS, NAS ENTRELINHAS
DO QUE GUARDAM AS LINHAS DETALHADAS.
” REFORÇO DE REDUNDÂNCIA PLEONÁSMICA “
Já tive antigamente, tempo atrás
Satisfação, prazer e alegria
Mas, porém, entretanto, todavia
Fastei de costas, voltei de ré pra trás
Tudo acabado, nada existe mais
Se não, salvo a não ser melancolia
Que só futuramente, breve, um dia
Me tornará tranquilo, calmo, em paz
Talvez, conforme seja, possa ser
Que a satisfação e o prazer
Repitam novamente, outra vez, bis
Será especial, de bom, primeira
E no final da última derradeira
Eu tornarei voltar a ser feliz!
(Donzílio Luís)
“O que queres?”
O que queres que eu diga? Que não quero?
Que cansei de esperar que te decidas?
Que a saudade presente em nossas vidas
É por causa de mim que nunca espero?
Ou tu queres saber se te venero
E haverão outras estações floridas?
Que as lembranças quedaram-se partidas
E o que resta de nós é quase zero?
Se o teu cheiro inda está na minha roupa…
Se minh’alma padece quase louca…
Ou se o tempo caminha feito lesma…
Se não somos, meu bem, tão diferentes
E o que eu sinto é igual ao que tu sentes
Pois, pergunta de mim para ti mesma!
Pedro Torres.
Teimosia
Se esse meu coração me obedecesse
Eu, talvez, já tivesse me esquecido
Mas, meu peito (por mim mesmo traído)
Nem parece querer que não doesse.
Ah! Se ao menos de longe conhecesse
As maldades de alguém, por precavido,
Bateria mais calmo, advertido,
Que seria melhor se nem batesse…
E essa dor lancinante que te corta
Não pulsava de novo em tua aorta
Pelo sangue de quem não te queria.
Sempre apanhas por não saber bater.
Coração, se por acaso eu morrer
Foi por causa da tua teimosia!
Pedro Torres
KARMA
RELEMBRANDO UM ROMANCE DO PASSADO
NUMA HISTÓRIA NA QUAL EU FUI VILÃO
POSSO, ENFIM, TER CHEGADO A CONCLUSÃO
QUE HOJE EU PAGO, CONTIGO, O MEU PECADO.
EU NÃO FIZ POR QUERER, MAS, ENGANADO
PELA FORÇA INSENSATA DA ATRAÇÃO
FORAM QUASE DOIS ANOS DE ILUSÃO
E O MEU ERRO AO FINAL FOI REVELADO.
POIS, SE CADA EXISTÊNCIA É EXCLUSIVA
SEMPRE FRUSTRO, EM MIM MESMO, A EXPECTATIVA
QUANDO PENSO EM VOLTAR, SEGUINDO A NORMA…
QUEM ME QUIS, TALVEZ, NÃO ME QUEIRA MAIS
E EU TE QUERO, MAS, NUNCA VOLTO ATRÁS
PORQUE PODES PENSAR DA MESMA FORMA!
PEDRO TORRES
TE ORGULHA MULHER POR SER MULHER
SEU OLHAR É UMA PÉROLA DE MAGIA
SUA PELE UM CONVITE PARA O ABRAÇO
SEU CALOR O DESCANSO PRO CANSAÇO
SUA VIDA UM TESOURO, UMA FANTASIA
SUA IMAGEM PREENCHE NOSSO ESPAÇO
SEU BATOM MANCHA A VIDA COM ALEGRIA
SEU SORRISO É MAIOR QUE UMA POESIA
SUA FACE DA MINHA UM MESMO TRAÇO
TE ORGULHA POR SER TÃO DIFERENTE
TE ORGULHA AO VIVER EM NOSSA MENTE
TE ORGULHA, SEI LÁ, PELO QUE QUER
TE ORGULHA MULHER POR SER MENINA
TE ORGULHA GUERREIRA FEMININA
TE ORGULHA MULHER POR SER MULHER
RENATO SANTOS
SONETO DE UM BÊBADO
POR FAVOR SEU GARÇOM AJEITE A MESA
E ME TRAGA UMA DOSE DE AGUARDENTE
AO SENHOR EU SUPLICO A GENTILEZA
DE PODER ME OUVIR, ENTÃO SE ASSENTE
DEVE SER DE SAUDADE OU DE FRAQUEZA
ESSA DOR QUE O PEITO AS VEZES SENTE
E A BEBIDA ALIVIA ESSA TRISTEZA
MAS TAMBÉM FAZ LEMBRAR DE ALGUÉM AUSENTE
SEU GARÇOM, SE ACASO EU CHORAR
E A LEMBRANÇA VIER PRA ME ”ALEMBRAR”
VOU SENTAR, VOU SOFRER E VOU ” RUER ”
QUE EU JÁ VI UM POETA ME DIZENDO:
” QUE ATÉ HOJE NÃO VIU NINGUÉM ROENDO
QUE NÃO SINTA VONTADE DE BEBER ”
– LIPE FELIX
VOCÊ FOI…VOCÊ FOI PURA LUZ: SIMPLICIDADE
DE CARINHO, CANDURA, COERÊNCIA
TINHA N’ALMA A GRANDEZA DA HUMILDADE
SEM ORGULHO, SOBERBA, PREPOTÊNCIA
MAS UM DIA BROTOU NA CONSCIÊNCIA
ESTRELATO, COBIÇA E VAIDADE
VISLUMBRANDO OS DEGRAUS POR ASCENDÊNCIA
FOI PERDENDO O VIGOR DA QUALIDADEVOCÊ,
HOJE, NÃO É, SOMENTE ESTÁ
SEM SABER QUE QUEM FOI NÃO HAVERÁ
DE VOLTAR COM A MESMA EXUBERÂNCIA
É BEM TRISTE PERDER SEU PRÓPRIO TRILHO
SUA ESTRELA OFUSCOU-SE – PERDEU O BRILHO
ANTE A NÉVOA EMBAÇADA DA ARROGÂNCIA
!(NENEN PATRIOTA)
MEU ANSEIO
NÓS DOIS SOMOS POETAS DAS ESPERAS
DIVIDINDO ALGUM PALCO DE SAUDADE
E A CANETA DO TEMPO É FEITO GRADE
QUE APRISIONA NO PEITO TANTAS FERAS
EU CAMINHO BUSCANDO NAS QUIMERAS
UM CONFORTO PRA MINHA ANSIEDADE
E ACREDITO QUE A VIL REALIDADE
NÃO CONSIGA MUDAR NOSSAS MIL ERAS
DAS AUSÊNCIAS, PROCURO EM MAIORIA
TRANSFORMAR ESSA DOR EM POESIA
ESPERANDO TALVEZ VOCÊ VOLTAR
MAS DOS VERSOS QUE FIZ, LEMBRO DAQUELE:
“DEZ MINUTOS DE AMOR SENDO COM ELE
VALE O RESTO DA VIDA SEM AMAR”
Mariana Véras
SOMBRA E LUZ
EU ME LEMBRO, BRILHAVAS MAIS QUE TUDO
E EU FUI SOMBRA SEGUINDO A TUA LUZ.
TEU AMOR, ENTRETANTO, ERA MIÚDO
E O MEU GRANDE, DE PROVA SÓ JESUS.
.MESMO ASSIM ME DEIXASTE QUASE MUDO
DESPREZANDO ESTE AMOR QUE A TI DISPUS.
MAS SEGUI, POIS FUI FORTE E NÃO ME ILUDO,
EU PENSEI: QUEM É SOMBRA, NÃO RELUZ…
O DESTINO, ENTRETANTO, TE APRONTOU,
FOSTE ATRÁS DE OUTRA LUZ QUE TE APAGOU
E EU TE VEJO TÃO SOMBRA E TÃO SOZINHA…
CONCLUÍ QUE TU FOSTE LUZ DE LUA,
SEM TEU SOL, QUE ERA EU, JOGADO À RUA,
TU PERDESTE DE VEZ A LUZ QUE TINHA
.Vinícius Gregório
A MORTE DAS ROSAS”
NOS CANTEIROS ORLADOS DE VERDURA,
DE MIL GOTAS DE ORVALHO UMEDECIDAS,
CHEIAS DE VIÇO E DE PERFUME UNGIDAS,
DESABROCHAM AS ROSAS À VENTURA.
MAS A VIDA DAS ROSAS POUCO DURA,
E AS MÍSERAS EM BREVE, ENLANGUECIDAS,
A FRONTE CURVAM, NOS HASTÍS PENDIDAS.
SOB OS RAIOS DO SOL QUE ALÉM FULGURA
E VÃO LARGANDO AS PÉTALAS MIMOSAS,
AO SOPRO MAL DOS VENDAVAIS INFESTOS,
E OS DESPOJOS FINAIS DAS TRISTES ROSAS
DE COR VERMELHA, PELO SOL TOMBADOS,
FAZEM LEMBRAR SANGUINOLENTOS RESTOS
DE POBRES CORAÇÕES DESPEDAÇADOS.
“PADRE ANTÔNIO TOMÁS”
AS POMBAS
VAI-SE A PRIMEIRA POMBA DESPERTADA…
VAI-SE OUTRA MAIS… MAIS OUTRA… ENFIM DEZENAS
DE POMBAS VÃO-SE DOS POMBAIS, APENAS
RAIA SANGUÍNEA E FRESCA A MADRUGADA…
E À TARDE, QUANDO A RÍGIDA NORTADA
SOPRA, AOS POMBAIS DE NOVO ELAS, SERENAS,
RUFLANDO AS ASAS, SACUDINDO AS PENAS,
VOLTAM TODAS EM BANDO E EM REVOADA..
.TAMBÉM DOS CORAÇÕES ONDE ABOTOAM,
OS SONHOS, UM POR UM, CÉLERES VOAM,
COMO VOAM AS POMBAS DOS POMBAIS;
NO AZUL DA ADOLESCÊNCIA AS ASAS SOLTAM,
FOGEM… MAS AOS POMBAIS AS POMBAS VOLTAM,
E ELES AOS CORAÇÕES NÃO VOLTAM MAIS…
Raimundo Correia
FOME.
NO REGAÇO DA MÃE DESVENTURADA
EIS, DESFALECE A FILHA PEQUENINA…
– ASSIM NO FRACO HASTIL PENDE A BONINA
QUANDO NÃO BEBE O PRANTO DA ALVORADA
.Ó TU, QUE VAIS PASSANDO PELA ESTRADA,
TEM PIEDADE DA LÂNGUIDA MENINA;
TEM COMPAIXÃO DAQUELA FLOR FRANZINA,
CONSOLA A TRISTE MÃE DESESPERADA.
DÁ-LHE AO MENOS UM PÃO COM QUE ALIMENTE
O PEQUENINO SER QUE SE CONSOME,
SALVA DA MORTE A MÍSERA INOCENTE.
QUE NADA EXISTE IGUAL À DOR SEM NOME
AO DESESPERO ATROZ QUE N’ALMA SENTE
A MÃE QUE UM FILHO VER MORRER DE FOME..
” PADRE ANTÔNIO TOMÁS”
APARÊNCIA,
TUA FACE POSSUI UM TRISTE ESPELHO
QUE REFLETE AS RUÍNAS DO PASSADO
E AS PALAVRAS QUE VESTEM TEU CONSELHO
SÃO VERSÕES DE UM DESEJO MACULADO
TU, AOS OLHOS DO MUNDO, ÉS QUASE SANTO
POUCO IMPORTA PRA MIM TAL ILUSÃO
AOS MEUS OLHOS NÃO TENS O MESMO ENCANTO
E O ESFORÇO PRA TÊ-LO É SEMPRE VÃO
SE OS DESGOSTOS EXISTEM… SEMPRE TIVE!
MAS A MÁGOA DE TI NÃO SOBREVIVE
NESSE FILTRO QUE O TEMPO FAZ NA VIDA
O SILÊNCIO DEVORA A COMPANHIA
E O ATRITO DO SANGUE TODO DIA
MATA UM POUCO DA CHANCE ENFIM PERDIDA
Mariana Véras
PAJEÚ
AH, PAJEÚ! SE ACASO EU REGRESSAR
NÃO SERIA ACASO PORQUÊ REGRESSEI
ÉS O PEDAÇO DE CHÃO QUE DEIXEI
ANTIGAMENTE, SEM QUERER DEIXAR.
FAZ UMA CARA QUE ME ABANDONEI
NESSA ODISSÉIA PARA VIR AO MAR
POIS, NÃO TE ASSUSTES SE EU PUDER SALGAR
AS TUAS ÁGUAS COM O QUE JÁ CHOREI
OUVI QUE A SECA TEM TE CASTIGADO
QUE O SOLO SECO, PELO SOL RACHADO
NÃO DÁ FUTURO PARA AS TUAS LAVRA
SE MESMO HAVENDO TANTO SOFRIMENTO
NÃO MANDO UM PINGO DE RESSENTIMENTO
NESSA UMIDADE DE MINHAS PALAVRAS.
PEDRO TORRES
REFORÇO DE REDUNDÂNCIA PLEONÁSMICA
Já tive antigamente, tempo atrás
Satisfação, prazer e alegria
Mas, porém, entretanto, todavia
Fastei de costas, voltei de ré pra trás
Tudo acabado, nada existe mais
Se não, salvo a não ser melancolia
Que só futuramente, breve, um dia
Me tornará tranquilo, calmo, em paz
Talvez, conforme seja, possa ser
Que a satisfação e o prazer
Repitam novamente, outra vez, bis
Será especial, de bom, primeira
E no final da última derradeira
Eu tornarei voltar a ser feliz.!!
Donzílio Luís
O AMANHÃ
AH! COMO SERÁ MEU AMANHÃ?
EU SEREI NOBRE, APLAUDIDO, FELIZ?
NÃO QUERO A SORTE DE ALGUM TALISMÃ
SÓ QUERO APENAS O QUE EU SEMPRE QUIS
NÃO QUERO A FAMA CONSTRANGENDO FÃ
QUANDO ESTA FAMA NÃO MOSTRA O QUE DIZ;
NEM QUERO A CASCA PODRE DA MAÇÃ
PRA QUE MAIS TARDE POSSA PEDIR BIZ.
QUERO SER DA PAZ, RIOS DE GRANDEZAS,
DE HONESTIDADE E SER RICO EM BELEZAS
E SER O MAIOR EXEMPLO DE VIDA,
PRA QUANDO ALGUM DIA AO ME DESPEDIR
DEIXAR COM VOCÊS, SEM OS RESSENTIR
A MINHA PRESENÇA, MESMO NA PARTIDA..
ZÉ DE MARIANO
*10-04-1953
+02-01-2014
JURAS A SÃO JOSÉ
SÃO JOSÉ EU VOLTEI PARA SENTIR
O AROMA QUE TEM TUA VENTANIA
EU VOLTEI PRA FICAR SÓ POR UM DIA
E UMA NOITE EM TEU SOLO IREI DORMIR
EU VOLTEI SÃO JOSÉ COM ALEGRIA
MAS VOLTEI JÁ COM DATA DE PARTIR
E A SAUDADE ME MATA SE EU SAIR
VOU PARTIR, MAS EU LEVO A POESIA
SÃO JOSÉ, TE GARANTO, EU VOLTAREI
E A SAUDADE AO VOLTAR DECLAMAREI
POIS NÃO VIVO TÃO LONGE DO MEU NINHO
SÃO JOSÉ SEI QUE POSSO TE AFIRMAR
SE EU PARTIR SEM DESTINO DE VOLTAR
A SAUDADE ME MATA NO CAMINHO.
RENATO SANTOS.
FONTE PERENE
Terra rica de ventre fecundante
Mãe de grandes poetas repentistas
São José nos canais dos sertanistas
Corre o sangue da glosa delirante
Cada palmo de chão há quem te cante
Cultivando no peito pés liristas
És a musa sublime dos artistas
Faraós imortais da consoante
A viola rainha deste Egito
Tem repouso no trono do seu mito
No compasso real da cantoria
Nunca falta no vate inspiração
Nesta fonte perene do sertão
Eu me banho de versos todo dia!
Arlindo Lopes ( Pirraia)
———————————
CHORAR E SORRIR
SEM VER MOTIVOS PRA INFELICIDADE
EU, MESMO TRISTE, SEMPRE HEI DE SORRIR
SE FOI SORRINDO QUE ENCONTREI SAUDADE
NÃO É CHORANDO QUE A VEREI PARTIR
QUEM TEME A VIDA PERDE A LIBERDADE
E O TEMPO PASSA SEM VOCÊ SENTIR
SE NADA DURA TODA A ETERNIDADE
O RISO E O PRANTO HÃO DE SE EXTINGUIR
EU CHORO E RIO QUANDO ME CONVÉM
E PREZO MUITO POR ALGUÉM QUE TEM
A HABILIDADE DE VIVER SORRINDO…
NESSA MISTURA DE ALEGRIA E PRANTO
SEUS OLHOS SECOS SE UMEDECEM TANTO
QUE MOLHA A FACE DE UM SORRISO LINDO..
PEDRO TORRES
Ausência
Posso bem nunca mais lhe procurar
E viver sem você …perfeitamente!
Na saudade, ficar indiferente,
Esquecer de esquecer, ou de lembrar…
Tanto faz, se eu tiver que me afastar
Não viver nosso amor, completamente,
Mas, negar tudo que meu peito sente
Pra mim mesmo, é difícil de negar.
Pode ser que distante dos teus braços
Eu me esqueça de vez dos teus abraços
No apagar-se da luz dos meus sentidos
Posso até repetir o mesmo “NÃO”
Mas, não posso calar meu coração
Que as paredes da alma têm ouvidos!
Pedro Torres
Psiu!
Hoje o mundo lhe cobra explicações
Pelos erros que o tempo não curou
Pelas folhas que o vento não levou
Após muitas mudanças de estações.
Sempre arde em meu peito os arranhões
Que a ferida “inda” não cicatrizou
E esse corte que a vida não fechou
Faz silêncio dos nossos corações…
Na minh’alma cansaço mais não cabe
Mas, meu peito parece até que sabe
Que você do meu mundo está saindo…
Se a lembrança da gente desconforta
Ao sair, por favor, não bata a porta
Porque a minha saudade está dormindo.
Pedro Torres