José Marcolino Alves nasceu no dia 28 de junho de 1930, em um lugar exuberante de sons, cheiros e cores, chamado Sítio Várzea Paraíba, no município de Sumé, no Cariri Paraibano. Se um acidente automobilístico não o tivesse levado antes do combinado, em setembro de 1987, hoje Zé Marcolino completaria 91 anos.
O poeta, cantor e compositor era um homem que valorizava as tradições nordestinas, sendo muito ligado aos cantadores e às prosas sertanejas, que foram profundamente importantes em sua vivência como homem de origem humilde. Sua trajetória artística ganhou projeção graças ao seu encontro com Luiz Gonzaga, lá mesmo em sua cidade natal. Mas, não foi um começo muito fácil.
Diante do desejo de conhecer Luiz Gonzaga escreveu-lhe diversas cartas, porém nunca havia obtido resposta. Certo dia, sabendo que o Rei do Baião estava em sua cidade, hospedado no Grande Hotel, José Marcolino não se conteve. Viu aquele naquele momento a grande oportunidade para apresentar suas músicas a Luiz Gonzaga e foi à sua procura.
O primeiro encontro foi tratado com certo desinteresse percebido por Marcolino, que de cara interrogou Luiz Gonzaga sobre o recebimento de suas cartas. O encontro não durou muito tempo, e o compositor foi embora desanimado com o desenrolar da conversa.
Decorrente de sua persistência, José Marcolino conseguiu com que Gonzaga lhe escutasse. Após a sua apresentação, Luiz Gonzaga perguntou ao compositor quantas canções iria lhe dar. Respondendo, José Marcolino disse: umas três.
Por fim, recebeu um abraço de Luiz Gonzaga, que convidou o novo parceiro para ir com ele para o Rio de Janeiro, dando início a uma importante parceria que originou várias canções de grande sucesso na carreira de Luiz Gonzaga.
Por ironia do destino, no dia 19 de setembro de 1987, Zé Marcolino sofreu um grave acidente automobilístico em Carnaíba – PE, quando o veículo em que viajava bateu em uma vaca e o poeta sumeense faleceu no dia seguinte.
Obrigado Zé Marcolino por nos deixar esse legado musical tão importante: Cacimba Nova (José Marcolino – 1964; Numa Sala De Reboco (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1964; Cantiga do Vem-Vem (José Marcolino/Panta – 1964; Fogo sem Fuzil (Luiz Gonzaga/José Marcolino – 1965; Quero Chá (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1965; Sertão de aço (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); Serrote Agudo (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); Pássaro Carão (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); Matuto Aperriado, baião (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); A Dança de Nicodemos (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); No Piancó (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1962); Pedido a São João (José Marcolino – 1963); Caboclo Nordestino (José Marcolino – 1963); De Olho no Candeeiro (João Silva/Zé Marcolino – 1987); Boca de Caieira (Zé Marcolino/Zé Mocó – 1986); Eu e Meu Fole (Zé Marcolino – 1986); Projeto Asa Branca (José Marcolino/Luiz Gonzaga – 1983); Bota Severina Pra Moer (Zé Marcolino e Zé Mocó); Obrigado meu Deus (José Marcolino).