Neste domingo, 12 de novembro, a TV Correio/Record, exibe o programa Cantos & Contos com a participação de Delmiro Barros, das 7h às 8h (devido ao Horário de Verão). O programa é apresentado pelo poeta, cantor e compositor Ton Oliveira.
Delmiro de Araújo Barros, ou simplesmente Delmiro Barros é cantor e compositor. Nasceu na cidade pernambucana de São José do Egito, conhecida como a “Terra da Poesia”, onde começou sua carreira artística e reside até hoje.
Marcado pelas canções que tratam de vaquejada e por sua voz é o compositor da famosa “Boi de Carro” e “Cajueiro”, entre outras músicas. Seus maiores sucessos são de sua própria autoria e tem como parceiros de composição Sirano (da dupla Sirano e Sirino), Fenelon Dantas, Lostiba, dentre outros.
Quando tangia o gado no sítio Serrinha, onde nasceu, Delmiro Barros costumava inventar uns versos. Saía pelo meio do mato fazendo o chamado aboio de grota, aquele canto melancólico que o vaqueiro vai entoando solitariamente quando pastoreia o gado. Nas vaquejadas, em troca de uma boa cachaça, Delmiro Juntava gente ao seu redor para escutar os aboios. Mas aboio e a vidinha simples na roça eram muito pouco para ele, na época.
Assim, em busca de dias melhores, lá se vai Delmiro Barros tentar a sorte em São Paulo, em 1987. Na capital paulista, trabalhava como frentista sem se distanciar das raízes da música nordestina. Em 1993, juntou-se aos cantadores de viola Raimundo Borges e Fenelon Dantas mais o irmão Nelson Barros, também aboiador, e gravou um disco. Não passou das mil unidades vendidas, mesmo assim, Delmiro se deu por satisfeito.
Em 1994 veio outro disco. Como o universo do aboio era restrito em termos de público, resolveu uni-lo ao som da vaquejada forrozada. Não vendeu tão bem, mas o disco serviu como cartão de visita para apresentações em casas nordestinas de espetáculos em São Paulo.
Cansado da agitação da capital paulista e com saudade da terra, voltou a São José do Egito em 1995. Na mente, uma decisão: não pretendia mais voltar para a roça. Resolveu ir em busca de patrocínio e em 1997 gravou o CD “Vaquejada Forrozada”. O lançamento do CD foi na Festa Universitária. “A aceitação foi muito boa. O disco vendeu bem e é um dos mais procurados até hoje”, conta Delmiro.
Aí começaram a aparecer os primeiros shows e Delmiro entrava para a história da música regional nordestina. Daí até agora foi praticamente um disco por ano. No momento, está lançando seu 10º CD “É BOM D+”.
O estilo de Delmiro Barros já está sacramentado. É o forró de vaquejada. Bem romântico e natural. “A letra apelativa não faz parte do meu repertório”, destaca o cantor/poeta. A maioria das composições é de sua autoria.
Mesmo longe da grande mídia, Delmiro mantém uma carreira estável. Apesar da pirataria, chega a vender cerca de 20 mil cópias por disco. “Só vai para a pirataria quem vende. Se sou pirateado é porque estou em evidência, é porque sou lembrado. O mercado do paralelo só prejudica os grandes empresários. A mim não prejudica em nada”.
O cantor, poeta e compositor, faz uma média de seis shows por mês. Em junho este número passa de 25. Apresenta-se em quase todos os estados nordestinos. “Quem defende a cultura regional fica meio limitado, mas mesmo assim, tenho uma agenda cheia”, orgulha-se.